A importância do fluxo de caixa para a organização financeira da empresa

16/09/2020
O que é fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o ponto de partida da análise financeira, já que é o registro e acompanhamento de todas as entradas e saídas dos recursos financeiros dentro de um determinado período de tempo, que pode ser de uma semana, um mês, um semestre e assim por diante.
O fluxo de caixa é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, de despesas, de saldos de aplicações e de todos os demais elementos que representem as movimentações de recursos da empresa.
Basicamente, se há mais dinheiro entrando do que saindo, o saldo do fluxo de caixa será positivo. Mas se a empresa vem gastando mais do que ganha, o resultado é negativo.
Resumindo: o fluxo de caixa é um importante indicador da saúde financeira do negócio e fundamental para a tomada de decisões.
Nos próximos tópicos, você verá a importância de fazer e estar sempre de olho nos números do fluxo de caixa, os diferentes tipos que existem e dicas para colocar em prática na sua empresa.

Importância do fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o instrumento de maior importância para a gestão financeira de qualquer tipo de empresa. É por meio desse demonstrativo que podemos analisar corretamente a capacidade de pagamento atual e futura de um negócio.
Para ficar bem claro, vamos tentar explicar de outro jeito.
Imagine que você está de férias. A ideia é viajar, porém você resolve sair de casa sem definir o destino, o tempo de permanência, sem comprar as passagens ou ter GPS, sem reservar hospedagens e traçar um roteiro. A chance de dar tudo errado é muito grande, né?
É mais ou menos por esse caminho que segue uma empresa sem fluxo de caixa. Perdida, perdida, coitada.
O fato é que o fluxo de caixa é indispensável para uma orientação quanto aos rumos financeiros do seu negócio.
Sua elaboração torna possível prever eventuais excedentes ou escassez de caixa, contribuindo para que sejam tomadas as medidas corretivas ou preventivas necessárias.
Uma empresa consegue se manter em operação se conseguir liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos.
A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias e ser causa de interrupções em suas operações.

Tipos de fluxo de caixa
Você sabia que existem diversos tipos de Fluxos de Caixa? Por “tipos” queremos dizer métodos de trabalho que podem auxiliá-lo no controle de receitas.
Confira 8 deles:
1) Fluxo de Caixa Operacional
O Fluxo de Caixa Operacional é o resultado das entradas e saídas financeiras de um negócio levando em consideração apenas as movimentações necessárias à operação. Desse cálculo, exclui-se qualquer tipo de custo ou ganho financeiro.
É esse fluxo de caixa que financia todas as operações do negócio, sendo utilizado para compra de reposição de materiais, pagamento de funcionários e todos os demais custos necessários para o funcionamento da empresa.
Por não ser um retrato fiel de todas as operações da empresa, o fluxo de caixa operacional não mostrará o saldo bancário corretamente, mas sim como ele seria, caso a empresa estivesse apenas voltada para a produção.
2) Fluxo de Caixa Financeiro
O fluxo de caixa financeiro possibilita a mensuração das entradas e saídas futuras de recursos monetários durante um determinado período, além de permitir que o empreendedor realize uma previsão de caixa, minimizando o inesperado.
Dessa forma, os empreendedores podem reservar um ativo extra para cobrir as variações entre as necessidades monetárias reais e previstas.
3) Fluxo de Caixa para Investimentos
Esse método realiza, basicamente, a mensuração pelas reservas que a empresa obtém após o financiamento de todas as operações, sendo elas pendências financeiras, empréstimos, notas promissórias ou qualquer outro passivo.
Realizar esse tipo de controle possibilita o direcionamento dos ativos em investimentos diversos, como títulos do governo ou ações na bolsa de valores.
4) Fluxo de Caixa Direto
O fluxo de caixa direto contempla a diferença entre os recebimentos projetados relativos às vendas e os pagamentos operacionais igualmente projetados.
Em outras palavras, é o método utilizado para registrar os recebimentos e pagamentos das atividades operacionais sem realizar descontos, considerando a forma bruta das operações.
O principal objetivo do fluxo de caixa direto é permitir que as informações de caixa fiquem disponíveis diariamente. Para isso, os recebimentos e pagamentos precisam ser organizados de acordo com a natureza contábil, de modo que sejam divididos em classes.
5) Fluxo de Caixa Indireto
Esse é o método usado para avaliar os impactos do caixa e se baseia na análise dos lucros e prejuízos do exercício apontados na DRE (Demonstração de Resultados do Exercício).
Para desenvolvê-lo, basta utilizar os balanços patrimoniais referentes ao início e ao final do período, além da DRE e outras informações contábeis.
6) Fluxo de Caixa Projetado
Como o próprio nome diz, esse método será uma projeção de entradas e saídas financeiras da empresa durante um determinado período. Isso é importante, pois permite criar um histórico do que acontece dentro da empresa.
O fluxo de caixa projetado possibilita que o gestor realize a análise de contas do presente (pagamentos e recebimentos), fazendo uma média e projetando-as para construir uma visão futura do negócio.
Assim, ele antecipa falhas e riscos que tendem a deixar a empresa mais vulnerável a situações inesperadas, possibilitando também que sejam identificadas oportunidades e necessidades de investimentos.
7) Fluxo de Caixa Livre
Método indicado para as empresas que precisam mensurar sua capacidade de gerar capital em curto, médio ou longo prazo.
A partir da comparação dos resultados com o saldo do fluxo de caixa operacional, é possível acompanhar como o seu negócio se comporta através das expectativas.
Se a análise prévia resulta em um balanço positivo, pode-se considerar aplicações e investimentos financeiros futuros. Caso contrário, é preciso pensar em como não deixar a empresa ficar no negativo.
8) Fluxo de Caixa Descontado
Também conhecido pela sigla FCD, é uma das metodologias de Valuation de empresas mais aplicadas, tanto no mercado de capitais quanto em operações de fusões e aquisições.
É, basicamente, um cálculo que determina o valor de uma empresa, sendo utilizado na captação de investidores, no processo de compra e venda de uma companhia ou em caso de fusões, para avaliar o retorno do capital investido.
Dicas para organizar o fluxo de caixa da sua empresa
Agora que entendemos os conceitos básicos, podemos avançar para as dicas práticas para organizar seu fluxo de caixa.
1. Determine os períodos de controle
Independentemente do tamanho da empresa, o melhor a se fazer é estabelecer regras claras desde o início, de preferência com controle diário.
O principal motivo é evitar que eventuais despesas e receitas se acumulem e possam acabar sendo negligenciadas na hora do registro.
2. Classifique receitas e despesas em categorias
Entre as despesas, é importante diferenciar quais são os gastos recorrentes daqueles que ocorrem sem periodicidade definida.
Os valores destinados ao pagamento de funcionários, por exemplo, se repetem todos os meses. Já os gastos com dedetização dos ambientes de trabalho ou com manutenção de um equipamento são despesas eventuais.
Desse modo, separe tanto as despesas quanto as receitas por subcategorias, deixando mais claro quais gastos se repetirão mês a mês e quais valores foram pagos naquele mês específico. Isso o ajudará a encontrar o ponto de equilíbrio da empresa.
3. Trabalhe com os prazos de pagamento
Entender e analisar o seu fluxo de caixa é o essencial para descobrir quais são os prazos de pagamento mais adequados para a sua empresa.
Para um empreendimento com pouco capital de giro, por exemplo, pode ser melhor parcelar suas compras e realiza-las em menor quantidade, ainda que à vista e por atacado pague um valor menor.
Esses são os tipos de decisões que o fluxo de caixa dará subsídios para você tomar.
4. Não conte com um dinheiro antes de recebê-lo
É importante fazer um planejamento financeiro de tal forma que os recebíveis (valores que ainda estão por ser pagos) sejam contemplados na previsão de receitas do mês seguinte. No entanto, lembre-se que “previsão” é diferente de “dinheiro em caixa”.
Imagine que o país é acometido por uma pandemia, gerando uma depressão na economia sem precedente, e que a maioria dos seus clientes entre em crise e não honre seus compromissos.
Acho que você consegue visualizar o cenário, né?
Pois é. Então, sua empresa tem dinheiro no caixa suficiente para cobrir uma eventual falta de receita? Se sim, por quanto tempo?
O ideal é que pelo menos três meses possam ser cobertos pelo seu caixa.
5. Não misture gastos pessoais com empresariais
A mistura de finanças pessoais com as profissionais é um erro grave e muito mais comum do que deveria.
Infelizmente, a mistura desses dois mundos é a causa de sérias complicações financeiras e até de falência de muitos negócios.
Independentemente do tamanho da sua empresa, é preciso fazer uma gestão financeira regrada e organizada, com contas separadas, determinação de pró-labore, etc.
Só assim será possível definir sua margem de lucro com precisão e identificar se existem gargalos financeiros a serem corrigidos no negócio.
6. Analise seu fluxo de caixa
Não basta manter os dados atualizados no fluxo de caixa. Para que ele seja útil e cumpra o seu papel, são necessários a análise e acompanhamento cuidadoso dos dados, o que chamamos de Gestão do Fluxo de Caixa.
Esse relatório gerencial possibilita uma visão completa e consistente da vida financeira do negócio e traz vantagens, como:
· Identificar o Diagnóstico Financeiro da empresa
· Possibilitar a tomada de decisões na hora certa, pautadas em dados confiáveis
· Planejar o futuro
· Reestruturar a gestão de cobrança
· Identificar a liquidez do caixa
· Ter real conhecimento da disponibilidade financeira
· Prever média de gastos, entradas e saídas de recursos
6. Falta tempo? Ficou complicado demais? Procure um especialista
Já deu para ver que o gerenciamento de fluxo de caixa é importante demais.
Sem dúvida, esta tarefa alcança melhor desempenho se confiada a especialistas.
Uma equipe de consultores financeiros experientes pode te ajudar na implementação e aperfeiçoamento do Fluxo de Caixa, realiza uma análise criteriosa do relatório gerencial resultante, apresentando ao empresário um diagnóstico empresarial com as avaliações sobre o cenário econômico financeiro em que a empresa está inserida, seguido de sugestões para o Planejamento Estratégico, visando preparar a empresa para o futuro sem tirar o foco do presente.
A SJ Soluções possui equipe pronta para assessorar as empresas nesse trabalho que requer conhecimento técnico e acompanhamento de tendências do mercado financeiro.
Nossa expertise para conduzir essa avaliação vai além da gestão financeira, promovendo um levantamento global para melhor acompanhamento e visão do negócio, propondo soluções complementares nas esferas contábeis, fiscais e tributárias.
Conclusão
Se você chegou até aqui, deve ter ficado claro que um gerenciamento sério de fluxo de caixa é básico e essencial para manter a saúde financeira da empresa em dia.
Sem que essa ferramenta seja utilizada com amplitude, as decisões tomadas pela gestão provavelmente serão pouco embasadas e podem direcionar a dificuldades financeiras desnecessárias.
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Se quer saber mais sobre o assunto e como otimizar a gestão de fluxo de caixa da empresa, entre em contato com a SJ Soluções Consultoria!
Por RUBENS NEUBERN DE SOUZA JUNIOR - Consultor de empresas e pessoas, sócio da SJ Soluções Consultoria